segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Incrível Peñarol e o Renascimento de Gigantes (Parte II)

Ascensões e Queda da Celeste Olímpica



O amistoso entre a Seleção Uruguaia e a Argentina em 16 de maio de 1901, em Montevidéu, foi a primeira partida internacional de futebol da história a ser disputada fora das Ilhas Britânicas. Vitória Argentina por 3 a 2.


Jogadores das Seleções do Uruguai e da Argentina em amistoso - 1903

Os títulos começaram em 1916, já sob o carinhoso apelido de celeste, quando conquistou sua primeira Copa América. Naquele ano, nenhuma outra seleção do mundo tinha jogadores negros. O Uruguai campeão da América tinha dois. Isabelino Gradín e Juan Delgado.


Seleção Uruguaia - 1916

Como o torneio foi disputado anualmente até 1929, à época o Uruguai já era hexa campeão. Em 1924, a seleção conquistou o seu primeiro Ouro Olímpico, nos jogos de Paris. Feito que repetiu nos jogos seguintes, de 1928, em Amsterdã, incrementando seu apelido. A seleção seria, desses jogos em diante, conhecida como A Celeste Olímpica.





Bicampeão Olímpico de futebol, o Uruguai recebeu a incumbência de sediar a primeira Copa do Mundo, em 1930. Tendo vencido Peru (1 a 0) e Romênia (4 a 0) na fase de grupos e despachado sonoramente a Iugoslávia (6 a 1) na semifinal, a celeste fez a primeira final da história das Copas contra a Argentina, eterna rival. Vitória uruguaia por 4 a 2 em Montevidéu.




Uruguai Campeão do Mundo - 1930

Tendo sido a Copa de 1930 negligenciada pela maioria das potências européias de futebol, que boicotaram o torneio, o Uruguai recusou-se, em represália, a participar da edição de 1934, na Itália. Quanto à edição de 1938, e expectativa era de que o torneio voltasse à América do Sul, e a Argentina era a principal candidata a sediar o evento. No entanto, o presidente da FIFA Jules Rimet (francês), persuadiu a entidade a conceder as honras à França. Um boicote em massa por parte dos países americanos se seguiu à decisão, incluindo-se no grupo rebelde mais uma vez o Uruguai.

No ano de 42 houve guerra em vez de Copa do Mundo. Assim como em 46. Mas a Copa América seguia firme. E o Uruguai conquistaria o octacampeonato naquele 1942 (havia arrebatado o hepta em 35) vencendo a Argentina na final. A essa altura, haviam ocorrido onze finais entre Argentina e Uruguai, e a Celeste havia vencido oito. Com o fim da guerra, a Copa do Mundo voltou a acontecer. A sede de 1950 foi o Brasil. A seleção brasileira atropelava os adversários (7 a 1 sobre a Suécia; 6 a 1 sobre a Espanha) alimentada e alimentado o clima de euforia da torcida. A final pôs frente a frente, no gramado do Maracanã, os anfitriões e os Uruguaios. Favorita incontestável, a seleção brasileira jogava pelo empate. Mesmo assim fez 1 a 0 com Friaça aos dois minutos do segundo tempo. Comandada pelo seu lendário capitão, o centromédio Obdúlio Varela, jogador do Peñarol à época, a celeste não se intimidou. Dos pés de outro ídolo carbonero, Pepe Schiaffino, saiu o gol de empate aos 21 minutos. Aos 34, o lance que jamais se apagará do imaginário coletivo brasileiro. A escapada de Ghigghia, outro nome peñarolense, pela direita e o chute rente à trave, que passou por baixo do goleiro Barbosa. Uruguai 2 a 1, diante do maior silêncio de que se tem notícia. O silêncio de 200 mil torcedores incrédulos nas arquibancadas do Maracanã. O Uruguai era bicampeão do mundo.




Obdúlio Varela receba a Taça das mãos de Jules Rimet


Uruguai Bicampeão do Mundo - 1950

O capitão Obdúlio Varela ainda comandaria outra bela campanha celeste em Copas. Em 1954, na Suíça, o Uruguai emplacaria vitórias expressivas, como o 2 a 0 sobre a Tchecoslováquia e o 7 a 0 sobre a Escócia na primeira fase. E o 4 a 2 sobre a Inglaterra nas quartas-de-final. Na semifinal, enfrentou a clássica Hungria de Puskas e Kócsis, e acabou derrotado por 4 a 2. No ano seguinte, Obdúlio Varela aposentou-se do futebol vestindo a camisa do Peñarol. Camisa sem patrocínio. A única entre os jogadores em campo.


Obdúlio Varela com a camisa celeste


Obdúlio Varela no Peñarol

A seleção uruguaia ainda chegaria ao décimo título continental com as vitórias na Copa América de 1956 e 1959. Mas não conseguiria a vaga para a Copa do Mundo de 58, na Suécia.

A celeste voltou a aparecer com força em Copas do Mundo no primeiro mundial do México, em 1970, quando os uruguaios avançaram mais uma vez até as semifinais, mas pararam no Brasil de Pelé, Rivelino, Gérson, Carlos Alberto Torres, Jairzinho e Tostão. 3 a 1 Brasil, e o Uruguai levaria quarenta anos para repetir uma boa campanha em Copas do Mundo.





Com a chegada dos tempos de crise ao futebol uruguaio, os títulos rareavam. Depois de vencer a Copa América de 1967 e chegar às semifinais da Copa do Mundo de 70, o Uruguai só voltaria a vencer uma competição oficial em 1980, após bater o Brasil por 2 a 1 na final do Mundialito, em Montevidéu. O torneio era um mini-campeonato mundial realizado pela FIFA em comemoração aos 50 anos da primeira Copa do Mundo.


Seleção do Uruguai campeã do Mundialito - 1980


A volta Olímpica do Mundialito de 1980

Em 83, a celeste olímpica conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Caracas. No mesmo ano, venceu o Brasil nas finais da Copa América, que venceria novamente em 87, desta vez batendo o Chile na final. O último título oficial da seleção uruguaia veio na Copa América de 1995, quando venceu o Brasil nas cobranças de pênaltis na final.

Com este peso nas costas, somado às más campanhas nas últimas Copas do Mundo (precocemente eliminada em 86, 90 e 2002, além de não ter sequer participado em 78, 82, 94, 98 e 2006), a Celeste Olímpica chegou à Copa da África do Sul, em 2011 pela repescagem. No sorteio, foi colocada no que se convencionou chamar de grupo mais equilibrado da competição, junto com França, México e a anfitriã África do Sul. Havia quem apostasse que, mais uma vez, o time uruguaio não passaria à segunda fase. Não havia como estar mais enganado. Sob o comando do técnico Óscar Tabárez pela segunda vez em Copas (o treinador respondia também pela equipe eliminada pela Itália nas oitavas-de-final em 1990), a Celeste estreou empatando em zero a zero com a França, no que seria a única partida ruim da equipe. A partir daí, com as vitórias sobre a África do Sul (3 a 0) e o México (1 a 0), os uruguaios classificaram-se em primeiro lugar no grupo.


O Treinador Óscar Tabárez na Copa de 2010

O adversário das oitavas-de-final foi a Coréia do Sul. Vitória celeste por 2 a 1.



Nas quartas-de-final, o empate em 1 a 1 com Gana persistiu até o último minuto da prorrogação, quando a bola africana ia entrando no gol uruguaio. O atacante Luis Suárez defendeu com as mãos. O árbitro expulsou o jogador e marcou o pênalti. Era o último lance da partida, e o atacante ganês Asamoah Gyan bateu no travessão, levando o jogo para a decisão por pênaltis. Vencida pelo Uruguai, que foi às semifinais.




O delantero Luis Suárez põe a mão na bola e impede o gol da vitória da seleção de Gana


O delantero Sebastián "El Loco" Abreu bate, de cavadinha, o pênalti que deu a vaga nas smeifinais ao Uruguai

Duas emocionantes partidas se seguiram. Duas derrotas uruguaias, as duas por 3 a 2. Para a Holanda nas semifinais e para a Alemanha na disputa do terceiro lugar, esta com direito a cobrança de falta de Diego Forlán no travessão alemão nos acréscimos. O atacante uruguaio (que, apesar de ter sido revelado pelo Independiente-ARG, foi formado nas categorias de base do Peñarol) acabaria eleito o melhor jogador da competição.





Apesar do título não ter vindo, voltar às semifinais da Copa do Mundo depois de quarenta anos foi uma vitória para a desacreditada Celeste. Símbolo de uma retomada digna de festejo, do despertar de um gigante após um sono longo demais. Nesse embalo, a seleção uruguaia sub-20 conquistou o vice-campeonato sul americano da categoria e classificou a Celeste para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Competição da qual o Uruguai não participava desde que conquistou o bi-campeonato em 1928.

[continua...]

Parte I

domingo, 12 de junho de 2011

O Incrível Peñarol e o Renascimento de Gigantes (Parte I)

Nasce o Mito




Estádio Centenario - 1930

Em 1890, a Empresa Central de Caminho de Ferro (linha férrea), dirigida por ingleses, resolveu erguer as suas novas instalações em um povoado nos arredores de Montevidéu. No ano seguinte, o presidente da companhia, Mr. Roland Moor, decidiu criar uma agremiação esportiva, que teria como carro chefe o jogo do futebol. Nasceu então o Central Uruguay Railway Cricket Club, conhecido pela sigla CURCC, devido à dificuldade dos falantes de língua hispânica em pronunciar o nome correto do clube. A agremiação nasceu com as cores amarela e negra, mesmas cores da empresa que lhe deu origem.



Há quem diga que, durante uma acalorada assembléia em 1913, ter-se-ia decidido mudar o nome da agremiação para tornar mais clara sua “gênese uruguaia”. O nome escolhido teria sido, então, o nome do povoado que lhe serviu de casa: Peñarol. Há também quem conteste esta versão, e diga que o CURCC teria tido apenas seu departamento de futebol desativado naquele ano. O que tornaria o Central Uruguay Railway Cricket Club e o Peñarol dois clubes distintos. O fato é que a versão a respeito da transformação de um clube no outro é melhor aceita, e os 5 títulos do campeonato uruguaio vencidos pelo CURCC fazem parte da conta dos hoje 48 títulos nacionais do Peñarol.


CURCC primeiro campeão Uruguaio - 1900

Impossível, porém, não cometer imperdoável injustiça ao se contar a história da Taça Libertadores da América sem falar em Peñarol. E vice-versa. As duas histórias não apenas se completam maravilhosamente, mas dependem profundamente uma da outra. Assim como o Uruguai é o primeiro campeão das Copas do Mundo, o Peñarol é o primeiro campeão da Libertadores. Mais de cinqüenta mil torcedores assistiram ao primeiro jogo da final de 1960. Estádio Centenario, em Montevidéu. Já trinta e quatro minutos do segundo tempo haviam corrido quando o equatoriano Alberto Spencer fez um a zero para o time da casa. A hinchada carbonera por pouco não pôs abaixo o lendário estádio.


O Gol de Spencer - Peñarol 1 x 0 Olimpia

No dezenove de junho de 1960, diante de mais de trinta e cinco mil torcedores no Estádio Manuel Ferreira, em Assunção, o gol de Cubilla aos 38 minutos do segundo tempo empatou o jogo da volta das finais da primeira edição da Libertadores da América. O um a um na casa do Olimpia sagrou o Peñarol primeiro campeão do torneio. Invicto.


Peñarol - 1960

Há quem diga que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. O ditado elevado ao patamar de fato científico certamente não conhece esta história. Pois o jogo de ida da final da segunda edição da Taça Libertadores aconteceu mais uma vez no Estádio Centenario. Desta vez, diante de mais de sessenta e quatro mil pessoas, o Peñarol enfrentava o poderoso Palmeiras de Djalma Santos, Valdemar Carabina, Julinho Botelho e Chinesinho. Pois aos 44 minutos do segundo tempo, o equatoriano Spencer marcou, como no ano anterior, o gol único do jogo.

O jogo da volta aconteceu no Pacaembu. Onze de junho de 1961. E o treinador palmeirense Osvaldo Brandão viu o atacante uruguaio Sasía abrir o placar logo com cinco minutos de jogo. O Palmeiras ainda empatou com Nardo, aos 24 do segundo tempo, mas o resultado era do aurinegro uruguaio, bicampeão da Libertadores da América.


Peñarol campeão mundial - 1961

No ano seguinte, quis o destino que o Penãrol enfrentasse, já nas semifinais do torneio, seu maior rival, o Nacional. A cidade de Montevidéu ferveu. O Estádio Centenario, um gigante lendário, ficou pequeno. Na primeira partida, mais de cinqüenta e cinco mil torcedores viram o Nacional vencer por dois a um. Para a segunda partida, mais de sessenta mil expectadores. E o equatoriano Spencer fez a diferença, marcando duas vezes na vitória carbonera por três a um. Na época, o regulamento da competição previa um jogo de desempate em casos de uma vitória para cada lado. Mas o gol a mais marcado pelo Peñarol lhe daria a vantagem do empate na terceira partida.

Assim, a vinte e dois de julho de 1962, mais de sessenta e cinco mil torcedores lotaram o Centenario para ver o empate em um a um entre os dois rivais. Gol de Acosta para o Nacional e, adivinhem, Spencer para o Peñarol. O aurinegro chegava à sua terceira final em três edições da Libertadores da América.

O adversário na final seria o Santos. A equipe brasileira estreava na competição. As duas equipes entraram em campo para a primeira partida da final no famoso sistema WM, sistema tático da moda na época, que trazia três zagueiros, dois jogadores no meio-campo e cinco atacantes. Sem Pelé, que só voltaria de lesão para a terceira partida, o Santos levou a Montevidéu jogadores como Pepe, Coutinho, Pagão, Mengálvio, Zito, Dorval, Mauro, Calvet e o goleiro Gilmar.

Como nas duas finais anteriores, Alberto Spencer abriu o placar para o Peñarol no Centenario. Diferente das edições anteriores foi o tempo que o gol demorou para sair. Tendo marcado em duas finais nos últimos minutos da partida, na final de 62 Spencer marcou aos dezoito minutos do primeiro tempo. Os deuses do futebol consideraram cedo demais. Era tempo suficiente para Coutinho empatar (aos 29’ do 1º tempo) e virar o jogo (aos 25’ do 2º).

O jogo da volta aconteceu na Vila Belmiro. Diante de trinta mil torcedores, Sasía abriu o placar para os Carboneros, novamente aos 18’ do primeiro tempo. O Santos, ainda sem Pelé, empatou aos 27’ com Dorval. O segundo tempo começou alucinante. Logo com 4 minutos, Alberto Spencer fez o segundo do Peñarol. Não houve tempo para comemorações. Um minuto mais tarde, Mengálvio voltou a empatar o jogo. Aos 28, Spencer, sempre ele, recolocou o time uruguaio na frente. Pagão ainda chegou a empatar para o Santos no final da partida, e a equipe brasileira deu volta olímpica. No entanto, o árbitro chileno Carlos Robles escreveu na sumula que estava sentindo-se pressionado pela algazarra da torcida santista, e considerou o jogo encerrado minutos antes do gol de Pagão. Os 6 minutos finais da partida eram, portanto, apenas um amistoso. A final havia se encerrado aos 39 minutos do segundo tempo. O resultado oficial era, então, 3 a 2 Peñarol, o que forçava a realização de um terceiro jogo em campo neutro.

A terceira partida foi realizada no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, para sessenta mil torcedores. Com a confusão em torno da arbitragem, o escolhido para apitar a partida foi o holandês Leopold Horn, ao invés de um árbitro sul americano. O Santos tinha Pelé de volta, mas nem precisava. Aos onze minutos de jogo, Coutinho invadiu a área e bateu cruzado. O meia uruguaio Caetano tentou tirar e botou a criança para dentro do gol. Os santistas consideram o gol de Coutinho, mas a sumula do árbitro holandês marca gol contra. Com um a zero no placar a equipe brasileira era campeã, mas Pelé, como já estava em campo mesmo, para não perder a viagem, marcou duas vezes no segundo tempo. Três a zero Santos, e o Peñarol perdia sua primeira final de Libertadores.





[Alberto Spencer é, até hoje, o maior artilheiro da história da Libertadores. Entre 1960 e 1972, marcou 54 gols defendendo as cores do Peñarol e do Barcelona de Guayaquil]

Assim como fora o primeiro campeão, e no ano seguinte o primeiro bicampeão do torneio, em 1966 o Peñarol levantou o caneco e entrou para a história também como o primeiro tricampeão da Libertadores (fato relevante, visto que a essa altura o brasileiro Santos e o argentino Independiente também já eram bicampeões). O título, chorado, só veio com a vitória na prorrogação do terceiro jogo contra o River Plate. Quatro a dois. Quando ergueu a taça da sétima edição da Libertadores da América em 66, o Penãrol tinha em seu currículo cinco finais (3 vitórias e 2 derrotas) e uma semifinal (derrotado pelo Boca Juniors em 63). Nos quatro anos seguintes, o Aurinegro ainda somaria duas semifinais (derrotado pelo Palmeiras em 68 e pelo Nacional em 69) e uma final em 70, onde foi derrotado pelo Estudiantes de La Plata, campeão das três edições consecutivas.


Peñarol bicampeão mundial - 1966

O Club Atlético Peñarol ficaria até 1982 sem voltar à final da principal competição das Américas. As fases semifinais nesse ano foram jogadas em dois triangulares, e os primeiros colocados de cada um fariam a final. Os Carboneros dividiram o grupo com o River Plate e com o Flamengo de Zico, Júnior, Leandro, Adílio, Andrade e companhia, então campeão mundial. O time uruguaio foi arrasador. Venceu o Flamengo em Montevidéu por 1 a 0 na primeira rodada, fez 4 a 2 no River em Buenos Aires, e voltou a vencer a equipe argentina, desta vez por 2 a 1 em Montevidéu. Na última rodada, enfrentaria o Flamengo no Maracanã precisando somente de um empate, mas repetiu o placar de 1 a 0 a favor e avançou às finais para enfrentar o Cobreloa, do Chile, que chegava à sua segunda final consecutiva (havia sido derrotado pelo Flamengo no ano anterior).

A partida de ida, no Estádio Centenario não saiu do zero. A volta, no também lendário Estádio Nacional, em Santiago, enveredava pelo mesmo caminho, até que o atacante Morena marcou o único gol da final aos 44 minutos do segundo tempo. O Peñarol conquistava o tetra.




Peñarol tricampeão mundial - 1982

O Peñarol voltaria a disputar a final no ano seguinte, mas depois de empatar em um a um no Centenario, seria derrotado pelo Grêmio por 2 a 1 no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Morena foi o autor dos dois gols Aurinegros.


O delantero Fernando Morena

Quatro anos mais tarde, portanto pela segunda vez já em um contexto de crise e decadência do futebol uruguaio, o Peñarol jogaria a final da Libertadores. O adversário desta vez era o América de Cali. A equipe colombiana jogava sua terceira final de Libertadores seguida (havia sido derrotada pelo Argentinos Juniors em 1985 e pelo River Plate em 1986). E em 21 de Outubro, no Estádio Pascual Guerrero, em Cali, o América fez dois a zero para cima dos uruguaios com gols de Battaglia e Cabañas, ainda no primeiro tempo.

A volta foi jogada no Centenario a 28 de outubro. E Cabañas abriu o placar para o América aos 19 minutos do primeiro tempo. Aos 13 do segundo tempo, Diego Aguirre empatou. O título era da equipe colombiana até Villar marcar o gol da vitória carbonera aos 42 minutos do segundo tempo, forçando o terceiro jogo em campo neutro.


O delantero Diego "La Fiera" Aguirre

Três dias depois, em 31 de outubro de 1987, a Libertadores da América foi decidida mais uma vez no gramado do Estádio Nacional, em Santiago. Foram 120 minutos de bola rolando. 45 de zero a zero no primeiro tempo. Mais 45 de zero a zero no segundo. 15 minutos do primeiro tempo da prorrogação, e o placar permanecia em branco. Ao adentrar o décimo quinto, e último, minuto do segundo tempo da prorrogação do terceiro jogo da final, Diego Aguirre marcou para o Peñarol, incrível pentacampeão da América. O técnico peñarolense à época era Óscar Tabárez, hoje técnico da seleção uruguaia, quarta colocada na Copa do Mundo da África do Sul. Diego Aguirre, herói do título, é hoje técnico do Peñarol, finalista da Libertadores de 2011.




Peñarol - 1987

No ano seguinte, o Nacional, eterno rival do Peñarol, seria campeão da América pela terceira vez em sua história. Após a vitória sobre o Newell’s Old Boys, da Argentina, os jogadores do Nacional comemorariam o último título de Libertadores do futebol uruguaio até hoje. Não fosse suficiente, a final de 1988 é, até a próxima quarta-feira, a última final do torneio disputada por um time uruguaio. À exceção do Danubio em 1989 e do próprio Nacional em 2009 (vinte anos depois), o futebol uruguaio não chegou mesmo às semifinais da competição.
A vida da seleção uruguaia não era mais gloriosa que a dos clubes neste período. Com o passado repleto de glórias, seus títulos rarearam a partir da segunda metade da década de 70.

[continua...]

Parte II

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fechado!




Por tempo indeterminado!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Deu Zebra





A atual campeã caiu na primeira fase. Para sorriso da zebrinha da antiga loteria esportiva. Enquanto Paraguai e Nova Zelândia faziam um jogo morno e desinteressado (desinteressante), Eslováquia e a atual campeã Itália entraram em campo no Ellis Park em Joanesburgo para decidir qual das duas avançaria na competição. E as duas seleções fizeram um dos duelos mais emocionantes (e mais pobres tecnicamente) dessa Copa até agora.

Pois a Eslováquia mandava no jogo. Aproveitando-se do meio-campo pouco criativo da Itália, que errava passes além da conta, os eslovacos iam comandando as ações, criando uma oportunidade ou outra. Até que De Rossi errou um passe bizonho na entrada da área italiana e Vittek aproveitou para mandar a bola no cantinho do goleiro Marchetti. O drama italiano começava. O resultado dava a segunda vaga do Grupo F à Eslováquia (a primeira era dos paraguaios). O susto não foi o suficiente para fazer a Itália se lançar ao ataque até que tivesse terminado o primeiro tempo.


(AFP)

Mas o segundo tempo foi para arrasar os corações de italianos, eslovacos e amantes de futebol. A Itália pôs em campo o lateral Maggio e o atacante Quagliarella. Aos nove minutos o técnico Marcello Lippi pôs em campo o meia Andrea Pirlo, que vinha sendo poupado por estar mal fisicamente devido à recuperação de uma lesão. Mas mesmo a meia-bomba, o meia mudou a cara do time italiano, que passou a dominar o jogo e criar oportunidades apesar de seguir jogando mal. Aos 24 minutos, o zagueiro eslovaco Skrtel salvou, com os joelhos, gol certo de Quagliarella.

E a Eslováquia puxava contra-ataques rápidos, levantando os cabelos das nucas italianas. E foi em um desses contra-ataques que Vittek marcou o segundo. Agora acabou, pensaram (pensamos) todos.


(EFE)

Ledo engano. Aos 34, depois de uma bela troca de passes do ataque italiano, a Azzurra diminuiu com Di Natale. O empate servia à Itália, garantir-lhe-ia a classificação. E agora ele parecia possível.

E ele veio. Em jogada iniciada por De Rossi, disposto a redimir o erro grotesco no gol eslovaco, Quagliarella sacudiu o filó aos 40 minutos. Festa da torcida italiana!


(Thiago Arantes/ESPN.com.br)

Por pouco tempo. O gol fora anulado. O tronco do italiano projetado em direção à linha de fundo caracterizava o impedimento. Água fria na Azzurra.


(Thiago Arantes/ESPN.com.br)

E a água ficou gelada quando um minuto depois, a zaga italiana bobeou numa cobrança de lateral e o volante Kopunek, que havia acabado de entrar, deu seu primeiro toque na bola. E que toque. Encobriu o goleiro Marchetti. 3 a 1 Eslováquia! A classificação estava garantida, não havia tempo para o empate italiano.


(AFP)

Ou será que havia? Mais dois minutos de bola rolando e Quagliarella, muito bem no jogo, dominou uma bola na entrada da área e bateu por cobertura. A bola acordou a coruja que dorme nos ângulos das balizas pelo mundo e morreu no barbante. 3 a 2. Ainda dava.

Ainda dava. Aos 50 (!) minutos, a bola cruzada na área eslovaca encontrou o atacante Pepe, que tentou bater de voleio, com o pé direito, numa bola que vinha no jeito para o pé esquerdo. Linha de fundo. Ainda dava, mas não deu. Eslováquia classificada para a segunda fase logo na sua estréia em Copas do Mundo como país separado da República Tcheca. A atual campeã deu vexame. Não exclusivamente pelo jogo de hoje. O penta ficou para uma próxima vez.


(AFP)

Depois da maior zebra da Copa de 2010, que certamente não será igualada, veio uma zebrinha. Às vésperas do mundial, a seleção do Japão era vista com absoluto descrédito. A expressão “pior Japão dos últimos anos” chegou a ser repetida várias vezes por especialistas de várias estirpes. Pois esse Japão entrou em campo em Rustemburgo, no Royal Bafokeng, podendo empatar com a Dinamarca para se classificar. Então Honda, aos 17 minutos de jogo marcou numa cobrança de falta. Para quem só precisava empatar, sair na frente era uma vantagem e tanto.


(AFP)

E o Japão fez o que mais sabe e gosta de fazer: se retrancar. Bem, ao menos esse time do Japão gosta. E sabe. Os Samurais Azuis cozinharam o jogo enquanto puderam. Até que aos 30 minutos, em nova cobrança de falta, Endo fez 2 a 0. E o cozimento do jogo seguiu, ainda mais convicto, até o fim do primeiro tempo.


(AFP)

O técnico dinamarquês, Morten Olsen, mudou a equipe. Precisava da virada para avançar às oitavas de final. Nada menos que a vitória interessava. Mas o time não parecia se lembrar disso. A Dinamarca em momento nenhum repetiu o bom futebol das eliminatórias. Tocava bola de um lado para o outro do campo, sem nunca, jamais, furar a defesa japonesa. E, para o desespero do técnico e da torcida, seguiu nessa toada até os 35 minutos. Foi quando o movimento ofensivo pouco contundente da Dinamarca permitiu ao zagueiro Daniel Agger, que a essas horas já fazia as vezes de atacante, valorizar um empurrão sofrido dentro da área. Pênalti.

Jon Dahl Tomasson, 34 anos, capitão e artilheiro do time, partiu para a cobrança para se tornar o maior goleador da história da seleção dinamarquesa. Bateu mal. Muito mal. E o goleiro Kawashima defendeu. Defendeu, mas espalmou de volta nos pés de Tomasson, que não desperdiçou a segunda chance. 2 a 1.


(AFP)

O gol não tornou a seleção viking mais contundente no ataque, e o Japão se aproveitou. Aos 42, Honda fez uma jogada de raro talento e rolou para Okazaki, que fechou o placar em 3 a 1. O “pior Japão dos últimos anos” conseguiu a classificação para a segunda fase de uma Copa do Mundo fora do seu território pela primeira vez.

Ao mesmo tempo, no estádio Greenpoint, na Cidade do Cabo, Holanda e Camarões cumpriam tabela pelo mesmo Grupo E. A vitória holandesa por 2 a 1 não surpreendeu e garantiu a Holanda como a segunda seleção a atingir 100% de aproveitamento na primeira fase, Argentina foi e a primeira e Brasil e Chile ainda podem igualar o feito. O destaque ficou por conta do atacante Arjen Robben, que voltou de lesão entrando aos 27 minutos do segundo tempo. Com o jogo empatado em 1 a 1, Robben ainda teve tempo de mandar uma bola na trave, que serviu de assistência para o gol de Huntelaar.


(Reuters)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dunga em: Um Dia de Fúria

Dublagem sobre cena do filme Um Dia de Fúria (Falling Down), de Joel Schumacher, com Michael Douglas.



A criatividade da torcida brasileira com as situações tragicômicas que essa seleção, essa federação e esse país aprontam...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Definidos os Primeiros Confrontos das Oitavas de Final


(Reuters)

No intervalo dos primeiros jogos da terceira rodada da Copa, o Uruguai vencia o México por um a zero, gol de Luis Suárez. A África do Sul vencia a França por dois, gols de Khumalo e Mphela. A expectativa para o segundo tempo das duas partidas era enorme. Mais dois gols dos donos da casa ou um gol deles e um do Uruguai dariam a classificação aos Bafana Bafana. Aquela classificação em que quase ninguém mais acreditava. Não acreditava com razão, provou o segundo tempo.


(EFE)

O Uruguai continuou mandando no jogo sob a batuta do excelente Diego Forlán. O México não se encontrou. Jogou sua pior partida na Copa até aqui. Um time inoperante, facilmente dominado pela Celeste Olímpica. Mas garantiu a classificação como segundo lugar do Grupo A mesmo com a derrota.


(EFE)

Os Bafana Bafana não conseguiram a classificação. A missão era mesmo difícil. Resta o consolo de que disputaram uma Copa correta, com um time que poderia ter avançado, não fosse o apagão geral que o time sofreu contra o Uruguai.


(Reuters)

A França despedaçada pela crise de relacionamento entre os jogadores, entre os jogadores e a comissão técnica, entre a comissão técnica e a imprensa. Essa França entrou em campo para se despedir da Copa do Mundo 2010. Tomou dois a zero no primeiro tempo e teve Gourcuff expulso. Mais uma expulsão marcada pelo excesso de rigor do árbitro nessa Copa, é verdade. Mas o fato é que os franceses deram vexame. O gol de Malouda aos 25 minutos do segundo tempo impediu que os atuais vice-campeões repetissem o papelão que fizeram em 2002, quando voltaram pra casa sem vencer nenhuma partida, nem marcar gols. Dessa vez eles voltaram sem vencer nenhuma partida, mas marcaram com Malouda, faltando 20 minutos para a Copa terminar para eles. Ainda deu tempo para o técnico francês Raymond Domenech esbanjar simpatia quando se recusou a cumprimentar o técnico brasileiro da seleção da África do Sul, Carlos Alberto Parreira. Ao que tudo indica, seu olhar superior de francês, como diria Maradona, se deveu ao fato de Parreira ter criticado a classificação da França para a Copa com uma matada de mão de Thierry Henry no gol de Gallas, contra a Irlanda.


(AFP)

No Grupo B a Argentina entrou em campo contra a Grécia e esbarrou no paredão Grego, mais uma vez montado por Otto Hehhagel, e na boa atuação do goleiro Tzorvas. Mas como diz o ditado, de tanto bater, Demichelis furou a pedra aos 35 minutos do segundo tempo depois de um bate-rebate na área e despachou os gregos de vez. Foi só a partir daí que o time Argentino passou a jogar bem, e Messi apareceu melhor na partida, criando ainda três oportunidades de gol. A bola do craque não entrou mais uma vez, mas um dos seus rebotes sobrou nos pés de Martín Palermo, 36 anos, maior artilheiro da história do Boca Juniors e estreante em partidas de Copa do Mundo.


(AFP)

Palermo tocou de pé direito, que não é o bom (se é que Palermo tem pé bom), e marcou seu primeiro gol em Copas, no seu primeiro jogo em Copas. Dois a zero Argentina, 100% de aproveitamento até aqui e a vaga nas oitavas-de-final. A Grécia e seu futebol horroroso e medroso, um time retrancado num jogo de tudo ou nada em que precisava vencer, volta pra casa. Já vai tarde.


(Reuters)

A derrota grega transformou o outro jogo do grupo em uma disputa direta pela segunda vaga. O vencedor de Nigéria e Coréia do Sul ficaria com a classificação. A Coréia tinha a vantagem do empate. Pior para a Nigéria, que saiu na frente pela segunda vez nessa Copa. E levou a virada pela segunda vez. Ainda com dois a um contra, Yakubu perdeu o gol mais feito da história do futebol. A Nigéria viu suas chances rolarem mansas pela linha de fundo. O próprio Yakubu ainda marcou de pênalti três minutos depois.


(AFP)

Mas o empate era dos coreanos, que comemoraram a conquista no gramado.


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Três latino-americanos e um asiático estão classificados. Três africanos e dois europeus estão fora. Já pelas Oitavas de Final o Uruguai entra em campo como favorito contra a Coréia do Sul no estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, no dia 26 de junho. E a Argentina enfrenta o México, também como favorita, dia 27, no Soccer City, em Joanesburgo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

E Lá se Foi a Segunda Rodada

A segunda rodada da Copa do Mundo 2010 chegou ao fim no mais natural movimento do futebol: confirmando algumas expectativas e contrariando outras.

Nos seus 16 jogos, a segunda rodada nos brindou com 42 gols. No mesmo número de partidas, a primeira rodada – sempre mais nervosa e fechada – havia apresentado 25 gols.

A média dessa segunda rodada foi de 2,625 gols por jogo. Lembrando que a média da primeira rodada havia sido de 1,56. A melhora é escandalosa. A média da copa agora é de 2,1 gols por jogo. A nação dos admiradores do futebol ofensivo e emocionante agradece, e espera que continue assim.

No Grupo A, a África do Sul contrariou as boas expectativas que criou com o primeiro jogo. Quem acreditou na classificação dos Bafana Bafana, como eu cheguei a acreditar, se frustrou com a partida contra o Uruguai. E sentiu-se representado nas imagens desoladas dos torcedores sul africanos depois do jogo. A seleção de Carlos Alberto Parreira jogou mal e mereceu a derrota.
O Uruguai também contrariou as expectativas. E depois de jogar mal contra a França na estréia, fez uma partida impecável contra os donos da casa. A Celeste Olímpica foi responsável mais uma vez por calar um estádio na Copa do Mundo ao vencer os donos da casa. Há quem chame o feito de Bafanazzo, em referência ao Maracanazzo de 1950.


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O México não havia estreado bem, mas não fez uma partida horrorosa. A França fez. E quando as duas seleções se enfrentaram, os franceses repetiram o fiasco. Melhor para o México, que confirmou o 2 a 0 com autoridade e praticamente eliminou os Bleux da Copa.


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No Grupo B a Argentina confirmou a boa impressão que havia deixado na primeira rodada. Depois de um primeiro tempo difícil, mas em que saiu vencendo por 2 a 1, o time de Maradona fez um excelente segundo tempo e com o primeiro hat trick (três gols do mesmo jogador em uma partida) da Copa, Higuaín ajudou os hermanos a fecharem o placar em 4 a 1.


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A Nigéria confirmou a péssima Copa das seleções africanas e perdeu de virada para a Grécia. 2 a 1.


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O Grupo C é um bololô. A Eslovênia surpreendeu e passou muito perto de vencer os Estados Unidos. Mas os norte-americanos reagiram e conseguiram o empate. 2 a 2. A Inglaterra também confirmou o futebol ruim que apresentou na primeira rodada e ficou no 0 a 0 com a Argélia. O único ôcho da segunda rodada.


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O Grupo D também está embolado. A Alemanha, que havia chamado atenção na rodada de estréia pelo futebol ofensivo e bonito decepcionou e jogou mal. A Sérvia se recuperou da estréia ruim e venceu por 1 a 0. Já Gana e Austrália ficaram no 1 a 1. A sele cão australiana provou que é fraca. Gana é a seleção africana mais forte nessa Copa, a única que venceu alguma partida, mas só marca de pênalti. O ataque é muito descalibrado.


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Pelo Grupo E, a Holanda jogou feio de novo. A despeito do que dela se espera. Mas venceu o Japão por 1 a 0, gol do craque Sneijder, provando que a Jabulani tem sim algo diferente. A Laranja, que mudou o sentido do “Mecânica”, é a primeira seleção garantida nas oitavas-de-final. A Dinamarca se livrou do espírito absolutamente defensivo que havia mostrado contra a Holanda. Mesmo sem encantar venceu Camarões por 2 a 1, de virada, e agora joga a sua classificação contra o Japão. Camarões, uma decepção, é a primeira seleção eliminada da Copa 2010.


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No Grupo F, o Paraguai assumiu a liderança confirmando o bom futebol contra a Eslováquia. 2 a 0. A Itália confirmou o mal futebol e ficou no 1 a 1 com a Nova Zelândia que, pasmem, está invicta e tem chances de ir à segunda fase.


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A segunda seleção classificada por antecipação veio do Grupo G. O Brasil, que jogou melhor quando comparado com a atuação na estréia, venceu Costa do Marfim por 3 a 1. A seleção brasileira não foi brilhante, exceto por alguns lampejos no jogo, mas fez o necessário para sair com a vitória e a classificação antecipada. Os marfinenses decepcionaram. Depois de mostrarem uma defesa sólida contra Portugal, fizeram uma partida bastante ruim na segunda rodada. Defesa insegura e time violento. Uma pena. Mais uma seleção africana muito próxima de não se classificar.


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Portugal sapecou um 7 a 0 na fraquíssima Coréia do Norte e espantou o fantasma da desclassificação quase que de vez. A Coréia é a segunda desclassificada precocemente do Mundial.


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Fechando a rodada, o Chile assumiu a liderança isolada do Grupo H jogando bem. Enfrentou a defesa Suíça que bateu o recorde de minutos consecutivos sem sofrer gols em Copas do Mundo. A Suíça não era vazada em partidas de Copa desde de 1994. Pois o Chile fez 1 a 0, levou os três pontos e a liderança momentânea do grupo.


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A Espanha fez no 2 a 0 sobre Honduras e desperdiçou um caminhão de oportunidades de gol – inclusive um pênalti – que podem fazer falta se a classificação final do grupo, como tudo indica, for decidida no saldo de gols.


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O destaque da rodada fica para os Sul Americanos. Há cinco deles na Copa e todos lideram seus grupos. Dos outros americanos, México e EUA têm chances de classificação. Honduras não deve ter essa sorte.

Entre os africanos, a coisa está feia. Camarões já não tem nem mesmo chances matemáticas. Argélia, África do Sul e Costa do Marfim têm missões quase impossíveis pela frente. Nigéria tem poucas chances, mas está viva. E Gana, seleção africana com maiores chances, não pode perder para a Alemanha se quiser sobreviver no torneio. Tá feia a coisa por lá. É bem verdade que quem assistiu a Copa Africana de Nações (vencida pelo Egito, que não foi à Copa do Mundo) no início do ano, já percebeu na época que as seleções africanas não estavam em bom momento. Mas há sempre aquela esperança de que na hora do “vamos ver” eles batam no peito e tirem sabe-se lá de onde a força pra vencer. Por enquanto não aconteceu. E já está meio tarde.